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Desvendando o Mistério: O Que Significam as Letras e Códigos nos Capacitores Cerâmicos e de Poliéster? Um Guia Completo

Escrito em 4 de Abril de 2025

Desvendando o Mistério: O Que Significam as Letras e Códigos nos Capacitores Cerâmicos e de Poliéster? Um Guia Completo

No vasto universo da eletrónica, os capacitores (ou condensadores, como também são frequentemente chamados em Portugal) são componentes passivos ubíquos e essenciais. Desde os mais simples circuitos de hobby até aos complexos sistemas industriais e de telecomunicações, estes pequenos dispositivos desempenham papéis cruciais no armazenamento de energia, filtragem de sinais, temporização, acoplamento e desacoplamento. No entanto, para quem está a começar ou mesmo para técnicos experientes, as pequenas marcações – uma mistura aparentemente aleatória de números e letras – impressas nos seus corpos minúsculos podem ser uma fonte de confusão.

Particularmente nos capacitores cerâmicos (de disco ou multicamadas - MLCC) e nos capacitores de poliéster (filme), que são extremamente comuns, decifrar estes códigos é fundamental para identificar corretamente o componente, entender as suas características e garantir o funcionamento adequado e seguro do circuito. Este guia completo visa desmistificar estas marcações, explicando passo a passo o que cada letra e número significa, permitindo-lhe ler e selecionar estes componentes com confiança.

1. A Importância de Compreender os Códigos dos Capacitores

Porque é que existe um sistema de códigos em vez de simplesmente imprimir todos os valores por extenso? A resposta reside principalmente no tamanho. Muitos capacitores, especialmente os cerâmicos do tipo disco ou SMD (Surface Mount Device), são minúsculos. Não há espaço físico suficiente para imprimir "100 Nanofarads, Tolerância de 10%, Tensão Máxima 50 Volts, Coeficiente de Temperatura X7R".

Assim, foram desenvolvidos sistemas de codificação padronizados (embora com algumas variações) para condensar esta informação vital numa série curta de caracteres. Compreender estes códigos permite-lhe:

Identificar o Valor da Capacitância: O parâmetro mais fundamental.
Determinar a Tolerância: Quão precisa é a capacitância nominal.
Conhecer a Tensão Nominal: A tensão máxima que o capacitor pode suportar com segurança.
Entender o Coeficiente de Temperatura (principalmente para cerâmicos): Como a capacitância varia com a temperatura.
Identificar o Tipo de Dielétrico (implícito pelo formato/código): Essencial para certas aplicações.
Evitar Falhas: Usar um capacitor com tensão nominal inadequada ou características erradas pode levar a mau funcionamento ou danos permanentes no circuito e no próprio componente.
2. Tipos Comuns: Capacitores Cerâmicos e de Poliéster

Antes de mergulharmos nos códigos, recordemos brevemente as características destes dois tipos populares de capacitores não polarizados:

Capacitores Cerâmicos:

Construção: Utilizam um material cerâmico como dielétrico (o isolante entre as placas condutoras). Podem ser do tipo disco (formato redondo e achatado, geralmente com revestimento epóxi) ou multicamadas (MLCC - Multilayer Ceramic Chip Capacitors), que são retangulares e frequentemente usados em montagem superficial (SMD), embora também existam versões com terminais (axiais ou radiais).
Características: São conhecidos pela sua boa performance em altas frequências, tamanho reduzido e baixo custo. No entanto, a sua capacitância pode variar significativamente com a tensão aplicada e a temperatura (especialmente os de Classe 2/3), e podem exibir microfonia (geração de ruído elétrico devido a vibração mecânica). São ideais para desacoplamento, bypass e aplicações de alta frequência.
Marcações: Frequentemente usam códigos numéricos para capacitância e letras para tolerância e coeficiente de temperatura.
Capacitores de Poliéster (Filme):

Construção: Utilizam uma fina película de plástico poliéster (muitas vezes conhecido pelo nome comercial Mylar®, da DuPont) como dielétrico. As placas podem ser folhas metálicas ou uma camada metalizada depositada sobre o filme. São geralmente encapsulados em resina epóxi, assumindo formas retangulares ou cilíndricas.
Características: Oferecem boa estabilidade de capacitância (melhor que a maioria dos cerâmicos de Classe 2), alta resistência de isolamento e custo relativamente baixo. São, no entanto, geralmente maiores que os cerâmicos para a mesma capacitância e têm limitações em frequências muito altas. São excelentes para temporização, filtragem de áudio, acoplamento e outras aplicações onde a estabilidade é importante.
Marcações: Podem usar códigos numéricos ou uma combinação de números e letras (p, n, µ) para a capacitância, letras para tolerância e, frequentemente, a tensão nominal impressa diretamente.
É crucial notar que tanto os capacitores cerâmicos como os de poliéster são tipicamente não polarizados, o que significa que podem ser inseridos no circuito em qualquer orientação, ao contrário dos capacitores eletrolíticos ou de tântalo.

3. Decifrando o Código Principal: O Valor da Capacitância

Este é o código mais importante a identificar. Existem vários sistemas, mas os mais comuns para capacitores cerâmicos e de poliéster through-hole (com terminais para inserir na placa) são:

a) Sistema Numérico de 3 Dígitos (Padrão EIA - Electronic Industries Alliance)

Este é talvez o sistema mais encontrado em capacitores cerâmicos de disco e MLCC com terminais. A regra é a seguinte:

Os dois primeiros dígitos representam os algarismos significativos do valor da capacitância.
O terceiro dígito representa o multiplicador, ou seja, o número de zeros a adicionar aos dois primeiros dígitos.
O valor resultante está sempre em Picofarads (pF).
Exemplos:

104:Primeiros dois dígitos: 10
Terceiro dígito (multiplicador): 4 (adicionar quatro zeros)
Valor: 10 0000 pF
Conversão: 100.000 pF = 100 nF (nanofarads) = 0.1 µF (microfarads)
222:Primeiros dois dígitos: 22
Terceiro dígito (multiplicador): 2 (adicionar dois zeros)
Valor: 22 00 pF
Conversão: 2.200 pF = 2.2 nF
471:Primeiros dois dígitos: 47
Terceiro dígito (multiplicador): 1 (adicionar um zero)
Valor: 47 0 pF
Conversão: 470 pF = 0.47 nF
103:Primeiros dois dígitos: 10
Terceiro dígito (multiplicador): 3 (adicionar três zeros)
Valor: 10 000 pF
Conversão: 10.000 pF = 10 nF = 0.01 µF
E para valores pequenos (abaixo de 100 pF)?

Se o valor for inferior a 100 pF, o terceiro dígito é frequentemente omitido ou é um '0' (significando zero zeros a adicionar), ou por vezes usa-se a letra 'R' para indicar uma vírgula decimal.

47: Significa diretamente 47 pF.
82: Significa diretamente 82 pF.
5: Significa diretamente 5 pF (comum em valores muito pequenos).
100: Significa 10 pF (10 + zero zeros).
220: Significa 22 pF (22 + zero zeros).
4R7: A letra 'R' indica a posição da vírgula decimal. Significa 4.7 pF. (Mais comum em resistores e capacitores SMD, mas pode aparecer).
0R5: Significa 0.5 pF.
Lembre-se sempre: A unidade base para este sistema é o Picofarad (pF).

b) Sistema BS/EN 60062 (Letras Multiplicadoras)

Este sistema, também conhecido como código de marcação IEC, é frequentemente visto em capacitores de filme (poliéster, polipropileno) e também em alguns cerâmicos. Utiliza letras para indicar o multiplicador e a posição da vírgula decimal, eliminando a ambiguidade e facilitando a leitura direta em nF ou µF.

p: Indica Picofarads (pF) e a posição da vírgula.
n: Indica Nanofarads (nF) e a posição da vírgula.
µ (ou u): Indica Microfarads (µF) e a posição da vírgula.
Exemplos:

100p: 100 pF
2p2: 2.2 pF (o 'p' está no lugar da vírgula)
4n7: 4.7 nF (o 'n' está no lugar da vírgula)
68n: 68 nF
n10: 0.10 nF = 100 pF (o 'n' precede o número, indicando 0.algo nF)
1µ0: 1.0 µF (o 'µ' está no lugar da vírgula)
µ10 ou .1u: 0.1 µF = 100 nF
2u2: 2.2 µF
Este sistema é geralmente mais intuitivo para valores nas gamas de nF e µF.

c) Valores Explícitos

Em capacitores maiores (fisicamente), ou em alguns tipos específicos, o valor pode estar impresso diretamente, por vezes de forma abreviada:

.01: Significa 0.01 µF = 10 nF = 10.000 pF
.47: Significa 0.47 µF = 470 nF = 470.000 pF
0.1µF: Significa 0.1 µF = 100 nF
2200pF: Significa 2200 pF = 2.2 nF
Preste atenção à unidade (pF, nF, µF) ou à presença do ponto decimal. A ausência de unidade geralmente implica pF no sistema de 3 dígitos ou µF se houver um ponto decimal inicial (convenção mais antiga).

4. Desvendando a Tolerância: A Margem de Erro (Letras)

Nenhum componente eletrónico é perfeito. A tolerância indica a percentagem de variação permitida em relação ao valor nominal da capacitância. Um capacitor de 100nF com tolerância de ±10% pode ter, na realidade, um valor entre 90nF e 110nF. Esta informação é crucial para circuitos que exigem precisão (como filtros ou osciladores).

A tolerância é quase sempre indicada por uma letra maiúscula, geralmente a seguir ao código de capacitância. As letras mais comuns são (Padrão EIA):

F: ±1%
G: ±2%
H: ±3% (menos comum)
J: ±5% (muito comum)
K: ±10% (muito comum)
M: ±20% (muito comum, especialmente em capacitores de uso geral e alguns cerâmicos)
Z: +80%, -20% (comum em capacitores cerâmicos Y5V ou Z5U de desacoplamento, onde a precisão não é crítica, mas sim o valor mínimo sob certas condições).
Outras letras de tolerância (menos frequentes em cerâmicos/poliéster comuns):

B: ±0.1 pF (para valores < 10 pF)
C: ±0.25 pF (para valores < 10 pF)
D: ±0.5 pF (para valores < 10 pF)
N: ±30%
Q: -10%, +30%
S: -20%, +50%
T: -10%, +50%
Exemplos combinados (Capacitância + Tolerância):

104K: 100nF, ±10%
472J: 4.7nF, ±5%
22M: 22pF, ±20%
68n J: 68nF, ±5% (Usando sistema BS/EN + letra de tolerância)
µ1 K: 0.1µF (100nF), ±10%
5. Compreendendo a Tensão Nominal: O Limite de Operação

A tensão nominal (ou tensão de trabalho - Working Voltage, WV) indica a tensão DC (Corrente Contínua) máxima que o capacitor pode suportar continuamente em operação segura, geralmente a uma temperatura específica (ex: 85°C ou 125°C). Exceder esta tensão, mesmo que por breves instantes (picos de tensão), pode causar a rutura do dielétrico, levando a um curto-circuito, circuito aberto ou, em casos extremos, à destruição física do componente (por vezes com fumo ou até um pequeno estalo).

A marcação da tensão pode ser:

Valor Explícito: Este é o método mais comum em capacitores de poliéster e muitos cerâmicos de disco. Verá valores como:50V (ou apenas 50)
100V (ou 100)
63V (ou 63)
250V (ou 250)
400V (ou 400)
630V (ou 630)
1KV (1000V)
2KV (2000V)
Códigos de Tensão (EIA): Menos comuns em componentes through-hole de uso geral, mas podem aparecer, especialmente em tipos específicos ou SMD. Usam um número e uma letra. O número indica um valor significativo e a letra um multiplicador. Exemplos:1A: 10V (A=x10^0)
1C: 16V (C=x10^1)
1E: 25V (E=x10^2)
1H: 50V (H=x10^3)
2A: 100V (A=x10^0)
2E: 250V (E=x10^2)
2G: 400V (G=x10^4, mas a codificação não é linear e deve ser consultada numa tabela)
2J: 630V
Tensão AC: Se o capacitor for classificado para uso em AC (Corrente Alternada), pode ter uma marcação adicional como "VAC" ou um símbolo de til (~). A tensão AC nominal é geralmente inferior à tensão DC nominal devido ao stress cíclico. Capacitores de segurança (X e Y) têm marcações específicas relacionadas com normas de segurança AC.
Regra de Ouro: Ao substituir um capacitor ou escolher um para um novo projeto, use sempre um com tensão nominal igual ou superior à tensão máxima esperada no ponto do circuito onde será instalado. Uma margem de segurança (e.g., usar um capacitor de 50V num circuito de 30V) é uma boa prática.

6. Códigos Específicos de Capacitores Cerâmicos: Coeficiente de Temperatura

Esta é uma característica particularmente importante dos capacitores cerâmicos, pois a sua capacitância pode variar consideravelmente com a temperatura. Isto é crucial em aplicações sensíveis como osciladores, filtros de precisão e circuitos de temporização. Os capacitores cerâmicos são divididos em Classes com base na sua estabilidade térmica:

a) Classe 1 (Estáveis):

Possuem um coeficiente de temperatura bem definido, linear e baixo. São mais estáveis, precisos e têm perdas menores, mas geralmente oferecem menor capacitância por volume e são mais caros.
O código mais famoso é NP0 (N P Zero) ou C0G (C zero G). Isto significa que a mudança na capacitância devido à temperatura é próxima de zero (Negativo-Positivo-Zero ppm/°C). São a escolha ideal para aplicações de precisão e alta frequência.
Outros códigos de Classe 1 indicam coeficientes específicos em partes por milhão por grau Celsius (ppm/°C):Nxxx: Coeficiente negativo (e.g., N150 = -150 ppm/°C; N750 = -750 ppm/°C).
Pxxx: Coeficiente positivo (e.g., P100 = +100 ppm/°C).
Estes códigos (exceto NP0/C0G) são menos comuns de ver impressos diretamente em capacitores de disco genéricos, mas são fundamentais nas especificações técnicas (datasheets).
b) Classe 2 e Classe 3 (Menos Estáveis, Maior Capacitância):

Oferecem muito maior capacitância por volume (maior eficiência volumétrica) e são mais baratos, mas a sua capacitância varia significativamente com a temperatura, tensão DC aplicada (DC bias) e envelhecimento. Não são adequados para aplicações de precisão, mas excelentes para desacoplamento, bypass e acoplamento onde o valor exato não é crítico.
Utilizam um código de três caracteres (geralmente letras e números) para definir a gama de temperatura de operação e a máxima variação de capacitância dentro dessa gama. Os códigos mais comuns são: X7R, X5R, Y5V, Z5U.
Decodificando o Código de Classe 2/3:

Primeiro Carácter (Letra): Indica o limite inferior da gama de temperatura de operação.X: -55°C
Y: -30°C
Z: +10°C
Segundo Carácter (Número): Indica o limite superior da gama de temperatura de operação.5: +85°C
7: +125°C
Terceiro Carácter (Letra): Indica a máxima variação percentual da capacitância permitida dentro da gama de temperatura definida.P: ±10%
R: ±15% (Muito comum: X7R, X5R)
S: ±22%
T: +22% / -33%
U: +22% / -56% (Comum: Z5U)
V: +22% / -82% (Comum: Y5V)
Exemplos Decodificados:

X7R: Opera de -55°C a +125°C, com variação máxima de capacitância de ±15%. (Boa performance geral para Classe 2).
X5R: Opera de -55°C a +85°C, com variação máxima de capacitância de ±15%. (Similar ao X7R, mas com limite superior de temperatura menor).
Y5V: Opera de -30°C a +85°C, com variação máxima de capacitância de +22% a -82%. (Oferece alta capacitância, mas muito instável).
Z5U: Opera de +10°C a +85°C, com variação máxima de capacitância de +22% a -56%. (Alta capacitância, mas também instável e gama de temperatura limitada).
Implicações: Se precisa de estabilidade (e.g., num filtro áudio ou oscilador), escolha NP0/C0G ou um capacitor de filme (poliéster, polipropileno). Se precisa de muita capacitância num espaço pequeno para desacoplamento de alimentação e a variação não importa muito, X7R, X5R, Y5V ou Z5U podem ser adequados (e mais baratos).

7. Outras Marcações Comuns

Para além dos códigos principais, pode encontrar outras informações:

Logótipo ou Nome do Fabricante: Ajuda a identificar a origem (e.g., Murata, Kemet, Vishay, AVX, TDK, Wima, Epcos).
Série ou Tipo: Alguns fabricantes indicam a série específica do produto.
Códigos de Data: Menos padronizados, podem indicar o ano e semana de fabrico.
Marcações de Polaridade: IMPORTANTE: Capacitores cerâmicos e de poliéster são GERALMENTE não polarizados. Não encontrará marcações de '+' ou '-' como nos eletrolíticos. Se vir polaridade, provavelmente não é um capacitor cerâmico ou de poliéster standard.
Sublinhado: Em alguns capacitores cerâmicos, um sublinhado sob o código de capacitância ou uma barra colorida pode indicar características específicas do dielétrico ou da construção, mas isto varia entre fabricantes.
8. Exemplos Práticos: Lendo Capacitores Reais

Vamos aplicar o conhecimento:

Capacitor Cerâmico de Disco: Marcado com "103M 1KV"

103: 10 + 3 zeros = 10.000 pF = 10 nF
M: Tolerância ±20%
1KV: Tensão Nominal 1000 VDC
Possível Coeficiente de Temperatura: Se houver uma marcação como "Z5U" abaixo ou ao lado, indica o tipo de dielétrico Classe 2. Se não houver nada (ou NP0), pode ser Classe 1 ou uma Classe 2 não especificada no corpo.
Capacitor de Poliéster (Filme Retangular): Marcado com "474J 63"

474: 47 + 4 zeros = 470.000 pF = 470 nF = 0.47 µF
J: Tolerância ±5%
63: Tensão Nominal 63 VDC
Capacitor de Poliéster (Filme Retangular): Marcado com "100n K 250"

100n: 100 nF (Sistema BS/EN)
K: Tolerância ±10%
250: Tensão Nominal 250 VDC
Capacitor Cerâmico de Disco Pequeno: Marcado com "22 J"

22: 22 pF
J: Tolerância ±5%
Tensão e TempCo: Provavelmente um valor standard baixo (e.g., 50V) e NP0, mas sem marcação explícita, seria necessário consultar o datasheet ou assumir valores comuns para o tamanho/tipo.
Capacitor Cerâmico MLCC com Terminais: Marcado com "105K X7R 50V"

105: 10 + 5 zeros = 1.000.000 pF = 1000 nF = 1 µF
K: Tolerância ±10%
X7R: Coeficiente de Temperatura Classe 2 (-55°C a +125°C, ±15%)
50V: Tensão Nominal 50 VDC
9. Dicas Finais para Identificação e Seleção

Use uma Lupa: As marcações são minúsculas! Uma boa iluminação também ajuda.
Consulte o Datasheet: Se tiver o número da peça ou conseguir identificar o fabricante e série, o datasheet (folha de dados técnicos) é a fonte de informação mais fiável e completa.
Meça com um Multímetro/Medidor LCR: Se tiver um multímetro com capacidade de medição de capacitância ou um medidor LCR dedicado, pode verificar o valor da capacitância. No entanto, isto não lhe dirá a tolerância original, a tensão nominal ou o coeficiente de temperatura.
Na Dúvida, Tensão Mais Alta: Se não tem a certeza da tensão necessária ou da tensão nominal de um capacitor desconhecido que pretende usar, opte sempre por um com uma tensão nominal claramente superior à máxima tensão do circuito.
Considere a Aplicação: Para temporização, filtros ou osciladores, prefira capacitores NP0/C0G ou de filme (poliéster, polipropileno) devido à sua estabilidade. Para desacoplamento e bypass, cerâmicos X7R ou X5R são geralmente boas escolhas, oferecendo um bom compromisso entre tamanho, custo e performance. Use Y5V/Z5U apenas quando a alta densidade de capacitância for essencial e a instabilidade for aceitável.
Temperatura Ambiente: Verifique se o coeficiente de temperatura (e a gama de operação associada) é compatível com o ambiente onde o circuito irá operar.
Conclusão

As letras e códigos nos capacitores cerâmicos e de poliéster podem parecer intimidantes à primeira vista, mas como vimos, seguem sistemas lógicos desenvolvidos para transmitir informações essenciais de forma compacta. Ao dominar a leitura do valor da capacitância (quer seja pelo sistema de 3 dígitos em pF ou pelas letras multiplicadoras), da letra de tolerância, da tensão nominal e, no caso dos cerâmicos, do código de coeficiente de temperatura, estará muito melhor equipado para identificar, selecionar e utilizar estes componentes fundamentais da eletrónica corretamente.

Da próxima vez que se deparar com um "104K", um "2A473J" ou um "220n M 63", não se sinta perdido. Com este guia e um pouco de prática, será capaz de decifrar as suas características e aplicá-los com confiança nos seus projetos e reparações. A eletrónica torna-se muito menos misteriosa quando começamos a entender a linguagem dos seus componentes.


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Nota: Estimativa baseada em brilho (lumens) médio. Verifique sempre a embalagem da lâmpada LED.